À Procura do Tesouro
Era uma vez uma sereia, de longos e luzentes cabelos, que vivia no fundo do mar.
Chamava-se Linda. Os seus cabelos e a sua cauda eram encantadores, pois mudavam
de cor conforme o local onde se encontrava. Linda estava destinada a viver no fundo
do mar, dentro de uma concha, a guardar, com a sua própria vida, o tesouro que era
do seu pai, o rei Halim. O tesouro era uma toalha de mesa mágica que um dia, sabe-se
lá porquê, tinha caído ao mar e, como todas as toalhas de mesa mágicas, quando se
abria, sobre ela aparecia um maravilhoso repasto: principalmente moluscos e crustáceos.
Um dia, Linda adoeceu gravemente. Estava tão fraca que a simples tarefa de guardar o
tesouro tornou-se quase impossível. Os dias passaram… e numa triste manhã, tal como
ela temia que acontecesse, a toalha de mesa tinha desaparecido. Alguém tinha levado
o tesouro tão precioso, que era do seu querido pai. O rei iria ficar muito zangado, com
toda a certeza!
Não encontrou melhor solução senão reunir todas as suas forças e ir à procura daquela
toalha que, apesar de parecer um simples pano de linho, era o sustento do reino.
Era a primeira vez que se aventurava e se iria afastar da sua concha. Apenas, só em
sonhos tinha conhecido e viajado por sítios maravilhosos. Finalmente, tinha um pretexto
para realizar o seu grande desejo, de descobrir o que poderia haver para além daquela imensidão de mar. Na sua mente, pairavaa imagem de uma menina sem cauda e com duas pernas a brincar numa praia, que o seu pai guardava com tanto carinho numa das suas conchas. Estava decidida a partir quando o seu amigo golfinho lhe disse:
- Não te deixo ir sozinha. Não conheces os perigos que podes encontrar. Irei contigo para te indicar o caminho.
Linda ficou contente e juntos partiram sem pressa, mas confiantes que iriam conseguir realizar a sua missão.
Passado algum tempo, depois de algumas milhas percorridas, avistaram uma ilha. Aproximaram-se e admiraram aquela beleza verde que estava ali no meio do mar. A ilha estava recheada de imensas palmeiras e outras plantas tropicais. Ao longo da praia, por entre a areia fina, podiam-se vislumbrar enormes conchas. Cada concha parecia guardar um tesouro e quem sabe se ali, numa delas, não estaria a toalha de mesa que procurava?!... A sereia aproximou-se mais da praia e ficou por lá, durante algum tempo, em cima de uma das rochas que por ali havia, tentando encontrar alguma concha onde pudesse estar guardado o tesouro. Passado algum tempo, sentiu uma sensação estranha que lhe percorria o corpo. Assustada, apercebeu-se que a sua cauda se tinha transformado… estava agora com duas pernas iguais às de qualquer menina. Pois, tal como contam as lendas, sempre que as sereias saíam da água transformavam-se em seres humanos e era isto que lhe estava a acontecer. A sua longa cauda tinha desaparecido e poderia agora caminhar pela areia da praia.
A ilha era habitada por um velho pirata conhecido por ser um terrível vilão e ladrão de tesouros. O guardião da ilha, era um enorme caranguejo de olhos esbugalhados, com umas fortes e grandes tenazes que, de quando em vez, descia ao fundo do mar em busca de preciosas riquezas.
Linda não sabia mas, enquanto ela percorria a praia, espreitando de concha em concha, o caranguejo encontrava-se ali, escondido entre as rochas, observando todos os seus movimentos.
Linda aproximou-se de uma das conchas e reconheceu a sua toalha de mesa mágica. A textura, a cor e o formato indicavam que aquela seria a toalha de mesa de seu pai. Mas o malvado caranguejo surgiu, à sua frente, dizendo:
- Menina, nesta ilha tudo podes admirar mas daqui não levas nada, porque tudo isto pertence ao meu amo!
Surpreendida, e um pouco amedrontada, Linda respondeu:
- Procuro uma toalha de mesa que foi roubada ao meu pai, o Rei Halim. Acho que a encontrei e por isso pertence-me.
Sem hesitar, o malvado caranguejo abriu as suas enormes pinças em direção à menina que rapidamente se baixou para pegar na toalha e desatou a correr, em direção ao mar. Mal entrou em contacto com a água tornou-se novamente sereia e desapareceu naquele mar imenso, deixando o caranguejo verde de raiva.
Entre um mergulho e outro, o seu amigo golfinho, que pacientemente tinha permanecido à sua espera, apareceu-lhe. Linda pediu-lhe que a conduzisse de novo a sua casa. E assim aconteceu. Amanda descobriu que era muito mais agradável e seguro viver no mar. Regressou à sua concha com a toalha mágica, onde o seu pai já preocupado a esperava. Linda prometeu nunca mais voltar àquela ilha.
O rei Halim mandou preparar várias mesas e convidou todos do seu reino a juntarem-se à festa. Num instante, as mesas ficaram cheias de comida.
E o pirata, quando soube da riqueza que tinha deixado escapar enlouqueceu despediu o caranguejo e acabou num lar para piratas.
Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!
FIM
Texto Coletivo
Turma B 2º ano
EBNº1 de Condeixa-a-Nova
Prof. António Loio